sexta-feira, agosto 24, 2012

Defesa de Roberto Jefferson diz que Lula ordenou o mensalão

 O oitavo dia de julgamento do mensalão teve a defesa de mais cinco réus no processo e a citação do ex-presidente Lula. O primeiro a ocupar a tribuna foi o advogado do ex-deputado Carlos Rodrigues, conhecido como bispo Rodrigues, e que renunciou em 2005 para escapar da cassação. A defesa negou o envolvimento dele com o mensalão.

“O valor de R$ 150 mil que Carlos Rodrigues recebeu foi exclusivamente para pagamento das dívidas de campanha contraídas no segundo turno das eleições presidenciais de 2002”, diz o advogado do bispo Rodrigues, Bruno Alves Braga.

A defesa de Roberto Jefferson, delator do mensalão, reforçou o que o ex-deputado já havia admitido: ter recebido das mãos de Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão, R$ 4 milhões, entregues na sede do PTB em Brasília. Segundo o advogado, dinheiro para quitar dívidas da campanha municipal de 2004. O advogado Luis Francisco Barbosa criticou a acusação e reclamou da ausência do nome do ex-presidente Lula na denúncia do mensalão. “Tudo isso estava acontecendo sob suas barbas. Não só ele sabia de tudo como ordenou tudo. Ele ordenou”.

Segundo o procurador-geral da República, o ex-presidente Lula não foi incluído porque as investigações não revelaram o envolvimento dele. Em 2008 e 2010, os ministros do Supremo também negaram o pedido de inclusão de Lula na ação penal.

Depois da defesa de Jefferson, foi a vez do advogado de Emerson Palmieri, então primeiro-secretário do PTB, acusado pelo Ministério Público de intermediar o recebimento de dinheiro para o partido.

“Não tem um deputado do PTB que tenha recebido dinheiro das mãos de Emerson Palmieri para que fosse lá comprar o quê? Comprar votos”, declara o advogado de Emerson Palmieri, Itapoã Prestes de Messias.

A defesa do ex-deputado Romeu Queiroz admitiu que ele recebeu dinheiro, mas não sabia se tinha origem ilegal. “Ninguém disse pra o seu Romeu Queiroz: olha, esse dinheiro está vindo do subterrâneo. Não! O dinheiro do PT, pronto”, fala advogado de Romeu Queiroz, Ronaldo Garcia Dias.

O advogado do ex-deputado José Borba, que renunciou em 2005 para não perder o mandato alegou falta de provas. “As provas não são robustas, são anêmicas”.

No fim da sessão, os ministros chegaram a discutir a possibilidade de ouvir um sexto advogado, mas a maioria não quis. Nesta terça-feira (14), serão ouvidos os defensores do ex-ministro dos transportes, Anderson Adauto, e de ex-deputados do PT.

Por telefone, a assessoria do ex-presidente Lula disse que ele não vai comentar as declarações do advogado de Roberto Jefferson.
 
Fonte: G1 - Globo.com

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...